Deus fez pessoas destinadas à destruição? Leia
Deus fez pessoas destinadas à destruição? Leia Provérbios 16:4
PROBLEMA: Por um lado, a Bíblia fala que os seres humanos têm livre escolha (Mt 23:37; 2 Pe 3:9) e são responsáveis pelo seu próprio destino (Ez 18:20; Jo 3:36). Por outro lado, Salomão declara: “O Senhor fez… até o perverso, para o dia da calamidade”. Com efeito, Paulo fala de alguns que são “vasos de ira” (Rm 9:22). Como justificar que Deus tenha feito pessoas com o propósito de destruí-las?
SOLUÇÃO: Deus não cria pessoas com o propósito de destruí-las. Deus ama “o mundo”(Jo 3:16) e Cristo morreu pelo “mundo inteiro” (1 Jo 2:2). Com efeito, o sangue de Cristo “comprou” até mesmo os que o negam (2 Pe 2:1), pois Deus não quer “que nenhum pereça” (2 Pe 3:9).
Há um inferno, mas ele não foi preparado para os homens. Jesus disse que ele foi “preparado para o diabo e seus anjos” (Mt 25:41). Como então explicar o fato de que Deus fez o perverso para o dia da calamidade?
A palavra “fez“(asah) tem muitos significados no hebraico. Ela pode significar “determinar” ou “instituir” ou até mesmo “administrar”. Deus tem o soberano controle sobre todo o universo. Mesmo quando os homens pretendem que alguma coisa seja para o mal, Deus pode torná-la para o bem (Gn 50:20). Neste sentido, “até a ira humana há de louvar-te” (Sl 76:10), pois “sabemos que Deus age em todas as coisas para o bem daqueles que o amam” (Rm 8:28, NVI).
Assim, até mesmo “o dia da calamidade” é “para” Deus, no sentido de que ele está no controle e tudo, por fim, será para a sua glória, pois a glória de Deus é magnificada no céu, e a sua justiça é manifestada no inferno. Com certeza, é da vontade explícita de Deus que ninguém entre em juízo, mas na sua soberania Ele determinou (“fez”) que até mesmo o juízo sobre o pecado o magnifique.
Não obstante, Deus “deseja que todos os homens sejam salvos e cheguem ao pleno conhecimento da verdade” (1 Tm 2:4). Até mesmo os “vasos de ira” foram apenas “preparados para a perdição” (Rm 9:22) porque eles recusaram-se a se arrepender, já que Deus pacientemente “foi longânimo” para com eles, esperando que chegassem “ao arrependimento” (cf. 2 Pe 3:9).
Em resumo, a vontade explícita de Deus é que todos sejam salvos. Sua vontade permissiva é que alguns se percam (aqueles que se recusam a arrepender-se). E a vontade providencial de Deus é que ele por fim fará com que tudo seja bom, até mesmo os males. Neste sentido, todas as coisas são feitas (isto é, determinadas) para o Senhor.