Padroeira de Fátima de Portugal em STP
Imagem da Padroeira de Fátima de Portugal está em STP para percorrer as ruas
Cinco quilómetros, três horas, centenas de fiéis caminharam pelas ruas de São Tomé, com velas acesas nas mãos e cânticos nos lábios. A imagem da Padroeira de Fátima de Portugal percorre o país, desde que chegou em São Tomé e Príncipe. A visita, promovida pela Diocese local e divulgada pela TVS – Televisão São-tomense e confirmada pela Agência Ecclesia, que acompanha eventos das Igrejas Lusófonas, prevê uma peregrinação entre os dias 15 de outubro até 5 de novembro e irá percorrer as 14 paróquias do país, com procissões noturnas, cânticos e momentos de oração.
Durante a missa de acolhimento na Sé Catedral, o bispo D. João de Ceita Nazaré declarou:
“Que esta presença de Maria fortaleça os nossos corações e nos una na paz e na confiança em Deus.”
Velas, ruas e fé: o que ilumina quem crê?
Não é apenas tradição. É sacrifício. É fé que se manifesta em passos lentos, em noites escuras, em vozes que se unem. Mas a pergunta permanece: Se a santa não precisa de luz, por que a fé precisa rodear as ruas à noite? Será que o Pai das Luzes precisa de velas para ouvir os fiéis?
A cerimónia, embora profundamente enraizada na tradição católica, convida à reflexão sobre o papel dos elementos visuais na espiritualidade. Seriam as velas uma forma de intercessão? Ou apenas um ritual que se perpetua sem revisão teológica?
A Palavra como luz que não se apaga
“Toda boa dádiva e todo dom perfeito vêm do alto, descendo do Pai das luzes…” – Tiago 1:17
Este versículo bíblico, citado por diversas denominações cristãs, reforça a ideia de que a verdadeira luz não depende de velas, imagens ou rituais – mas da presença divina que ilumina o entendimento. Pois, a luz que transforma não está na vela. Está na Palavra. Está no discernimento. Está na paz que não depende de imagens, mas da presença que não se apaga.
Entre doutrina e discernimento: o papel da liderança
A presença da imagem também reacende debates entre instituições religiosas que interpretam de forma distinta o uso de imagens esculpidas. Igrejas evangélicas e comunidades independentes citam:
“Não farás para ti imagem esculpida… não te encurvarás diante delas…” – Êxodo 20:4-5
Em resposta, a Diocese reafirma que a imagem não substitui a fé em Deus, mas representa um símbolo de intercessão e unidade espiritual. A decisão do bispo visa por cobro às interpretações críticas, mantendo a tradição sem abrir mão da paz institucional.
Nota editorial da Rádio Gospel STP
A Rádio Gospel STP reafirma seu compromisso com uma espiritualidade que ilumina, edifica e convida à reflexão. Reconhecemos a diversidade de expressões religiosas no país e defendemos o respeito mútuo, o discernimento bíblico e o diálogo como pilares para a convivência espiritual.
A Rádio Gospel STP não veio discutir doutrinas. Veio entender. Veio ouvir. Veio perguntar: O que move quem caminha? O que ilumina quem crê? O que representa essa luz – física ou espiritual?